Avaliar um modelo de jogo?

Esta é uma das questões que mais me intriga ouvir pessoas a discutir! Como é que se avalia um modelo de jogo? Será que avaliar um modelo de jogo pelos princípios que regem o meu é justo? Isto seria o mesmo que "eu é que sei e todos os que não vão de encontro a mim, estão errados!".

É um dos muitos temas abordado onde, na minha opinião, se distingue os "paineleiros" das pessoas do terreno (ou até da teoria). É, no meu ponto de vista, completamente desajustado avaliar um modelo de jogo pela "diferença" desse com as ideias de quem o está a analisar. Endeusar os nossos princípios de jogo e torna-los referencia (atenção, devem acreditar nos princípios que regem o vosso modelo de jogo, mas julgar os outros por esse é que...) para todos os outros não pode ser uma opção, de todo!

Um modelo de jogo deve sempre ser avaliado pela sua coerência, pelos resultados que obtêm, pela forma como jogadores e treinadores se identificam com ele, pela forma como este se adequa ao clube onde está implementado, pela ligação treino-jogo, etc! Muito mais do que analisá-lo por princípios meus, analiso-o por estes fatores. O que para mim é certo, para o treinador ao lado pode ser errado, e quem sou eu para dizer que ele está errado se ele tiver melhores resultados a trabalhar daquela forma do que eu a trabalhar de forma contrária?

 É importante que o modelo de jogo seja coerente! Com isto quero dizer que não faz sentido, por exemplo, defendermos em bloco alto e procurarmos que a nossa Organização Ofensiva seja em contra-ataque. 
É importante que este obtenha resultados, porque no final de contas, é pelos resultados que se mede o sucesso de um treinador. Sem resultados a probabilidade de ter tempo para pôr a equipa a jogar da sua forma poderá ser pequena, a vontade dos jogadores em levar para o terreno de jogo aquelas ideias será também pequena, etc. 
É importante que tanto os jogadores como os treinadores se identifiquem com o modelo de jogo. Se isto não acontecer, é meio caminho andado par ao insucesso.
É importante que seja adequado ao clube. Veja-se por exemplo o caso de Vítor Pereira quando saiu do FCPorto onde muito se falou de que aquela não era a forma de jogar para o clube.
E por fim, é importante que se treine da forma como queremos jogar. Não basta dizer que se quer jogar de uma forma, é preciso treinar para se jogar dessa forma!

E é isto que defendo para avaliar um modelo de jogo. Não chega olhar para os resultados, não chega olhar para os princípios, temos de analisar todo um conjunto de variáveis para podermos ter opinião formada!

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